Breve contexto da história de Lampião :
Nascido na cidade de Vila Bela,
atual Serra Talhada localizada no semiárido do estado de Pernambuco, foi o
terceiro filho de José Ferreira da Silva e Maria Lopes de Oliveira. O seu
nascimento só foi registrado no dia 7 de agosto de 1900. Até os 21 anos
de idade ele trabalhava como artesão, era alfabetizado e usava óculos para
leitura, características bastante incomuns para a região sertaneja. Uma das
versões a respeito de seu apelido é que ele modificou um fuzil,
possibilitando-o a atirar mais rápido, sendo que o cano aquecia tanto que
brilhava dando a aparência de um lampião.
Sua família travava uma disputa
mortal com outras famílias locais até que seu pai foi morto em confronto com a
polícia em 1919. Virgulino jurou vingança, tornou-se um mito em termos de
disciplina. O bando chamava os integrantes das volantes de "Macacos"
- uma alusão ao modo como os soldados fugiam quando avistavam o grupo de
Lampião: "pulando". Durante os 20 anos seguintes (começou aos 21
anos), Lampião viajou com seu bando de cangaceiros, que nunca ultrapassou o
número de 50 homens, todos a cavalo e em trajes de couro, chapéus, sandálias,
casacos, cintos de munição e calças para protegê-los dos arbustos com espinhos
típicos da vegetação. Para proteger o "capitão", como Lampião era
chamado, todos usavam sempre um poder bélico potente. Como não existiam
contrabandos de armas para se adquirir, em sua maioria eram roubadas da polícia
e de unidades paramilitares. A espingarda Mauser e uma grande
variedade de pistolas semiautomáticas e revólveres também eram adquiridos
durante confrontos. A arma mais utilizada era o rifle Winchester. Lampião
foi acusado de atacar pequenas fazendas e cidades em sete estados além de roubo
de gado, sequestros, assassinatos, torturas, mutilações, estupros e saques.
Entretanto muitas pessoas têm a imagem de que Lampião era como o Robin Hood do
sertão brasileiro, que roubava dos ricos para dar aos pobres miseráveis,
que passavam fome e lutavam para sustentar famílias. Era devoto de Padre
Cícero e respeitava as suas crenças e conselhos. Os dois se encontraram
uma única vez, no ano de 1926, em Juazeiro do Norte.
Maria Gomes de Oliveira, mais conhecida pelo apelido
de Maria Bonita e considerada a primeira mulher cangaceira do Brasil. Foi
uma integrante de um grupo de cangaceiros, liderado por Lampião (rei do
Cangaço), além de companheira dele, mas não eram casados oficialmente.
Ela nasceu no dia 8 de março de 1911 no município de Paulo Afonso (norte
do estado da Bahia). Viveu sua infância e adolescência no sítio dos pais.
Quando ficou adulta, resolveu aceitar o convite de Lampião para fazer parte de
seu bando de cangaceiros, juntou-se ao bando em 1930. Assim como as
demais mulheres do grupo, vestia-se como um cangaceiro e participou de muitas
das ações do bando, inclusive teve a coragem e resistência para enfrentar todos
os tipos de dificuldades da vida no cangaço, durante oito anos. Maria Bonita e Lampião tiveram apenas uma
filha, chamada de Expedita. Há ainda a informação controversa de que
eles tiveram mais dois filhos: os gêmeos Ananias e Arlindo Gomes de Oliveira,
mas nunca foi comprovada a verdade dos fatos . O casal teria tido ainda
dois natimortos. A cangaceira morreu na cidade de Poço Redondo (Sergipe)
degolada, no dia 28 de julho de 1938, após ser capturada por policiais da
volante junto com Lampião e outros cangaceiros do bando.
SÃO JOÃO CULTURAL
HOMENAGEM AO CANGAÇO NORDESTINO